Curitiba tem 5ª edição da Marcha das Vadias

Duzentas pessoas se reuniram neste sábado para participar da quinta edição da Marcha das Vadias, no Centro de Curitiba. A concentração começou às 10h30 na Praça 19 de Dezembro. O grupo saiu em passeata por volta do meio-dia e deve seguir até a Boca Maldita no Centro de Curitiba. O movimento foi organizado em sua maior parte pelas redes sociais e luta pelo fim da violência contra a mulher e pela igualdade de gênero. 

De acordo com uma das organizadoras da marcha, Jussara Cardoso, a manifestação acontece principalmente em resposta à culpabilização da mulher em casos de agressão sexual. "A sociedade sempre culpa as vítimas. Os crimes sempre aconteceram, mas agora aumentou a visibilidade", disse. Esta é a quinta edição da marcha em Curitiba, que foi lançada em julho de 2011. 

Theo Marques/Equipe Folha
Theo Marques/Equipe Folha

Mesmo com o frio de cerca de 13 graus nesta manhã de sábado, várias mulheres tiraram as blusas para marchar contra o machismo, a homofobia, o racismo e outras formas de opressão. 

Neste ano, o tema da marcha é "Sabota o Estado" contra o Congresso Nacional conservador. "Querem as mulheres fora de tudo e de volta para cozinha", disse Jussara. 

Theo Marques/Equipe Folha
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O movimento surgiu no Canadá, em 2011 após uma onda de estupros ocorridos na Universidade de Toronto, quando um policial convidado para orientar sobre segurança, disse que as mulheres poderiam evitar o estupro se "não se vestissem como vadias". 

Essa fala gerou indignação e diversos protestos que culminaram na primeira Marcha das Vadias. O movimento, que se espalhou pelo mundo, questiona a cultura de responsabilizar as mulheres em casos de agressão sexual. 

"Se ser vadia é ser livre, então a gente é vadia. Mas, nesse corpo de vadia ninguém toca", disse Jussara. Durante a marcha, as mulheres usavam mensagens escritas no corpo como "Isso não é um convite", "Meu corpo, minha resistência", "Ventre livre", entre outras. Jussara tinha as costas com o texto "Eu não posso salvar todas" seguido do nome de várias mulheres que foram vítimas. 

Segundo ela, hoje a mulher ainda sofre muita discriminação no mercado de trabalho e está presente mais em atividades consideradas como trabalhos femininos. Além disso, elas também recebem salários inferiores comparados aos dos homens em muitos casos. 

Durante a manifestação, os participantes colocaram um pano preto no pescoço da estátua da mulher nu e pintaram os olhos, as bochechas e a boca da estátua com batom vermelho. 

Theo Marques/Equipe Folha
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(Fonte: Portal Bonde)

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